
Autor consagrado de novelas das 6, Carrasco não se saiu bem em sua estreia no horário seguinte, com Sete Pecados, de 2007. "Quebramos a cara naquela novela. Desprezamos a trama central e ficamos perdidos", admite o diretor Jorge Fernando. Não foi o único nem o pior fracasso do horário. Com exceção de dois sucessos de João Emanuel Carneiro, Da Cor do Pecado e Cobras & Lagartos, as novelas das 7 viveram em crise nesta década. Três Irmãs, de Antonio Calmon, antecessora de Caras & Bocas, teve média de pífios 24 pontos. O folhetim atual elevou esse índice em 10 pontos.
A velocidade da trama ajuda a explicar o sucesso. A maior parte das peripécias se resolve em menos de duas semanas, sem enrolação. Há também o humor popular – um dos núcleos mais bem recebidos pelo espectador está centrado no atendente de bar Fabiano (Fábio Lago, o Baiano de Tropa de Elite), que, desconfiado das traições da mulher, Ivonete (Suzana Pires), perseguiu-a nos mais variados disfarces – de japonesa a baiana do acarajé.
Acima de tudo, porém, há a macaca – como o público não se cansa de dizer em grupos de discussão. Caras & Bocas foi esticada em mais de dois meses e deve acabar em janeiro. Será substituída por Tempos Modernos, do autor estreante na Globo Bosco Brasil. Uma parte da receita já está dada : narrativa rápida e humor escrachado. E agora também já se sabe – se falhar a química entre os protagonistas, sempre se pode chamar a macaca.
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