Achava-me numa tarde sentado no terraço do Café Paz, contemplando a riqueza e a pobreza da vida carioca, a meditar enquanto bebia o meu vinho, sobre o estranho panorama de orgulho e miséria que desfilava diante de mim, quando ouvi alguém chamar o meu nome. Virei-me e me deparei com o senhor Alexandre. Não nos víamos desde a época do colégio, há uns dez anos, de modo que fiquei muito satisfeito com aquele encontro e demos um sincero aperto de mãos. Tinhamos sido grandes amigos, era comunicativo, cavalheiro, inteligente. Costumávamos dizer que ele seria o melhor dos sujeitos, se não falasse sempre a verdade, mas acho que, na realidade, ele era admirado justamente por causa de sua franqueza. Mas ele estava muito mudado. Parecia inquieto, perturbado e em dúvida a respeito de alguma coisa. De modo conclui que havia alguma mulher naquilo e lhe perguntei se ainda não havia se casado.
- Eu não compreendo muito bem as mulheres – respondeu.
- Alexandre, as mulheres foram feitas para serem amadas e não compreendidas.
- Não posso amar sem ter confiança absoluta – replicou.
- Creio que há um mistério em sua vida – exclamei. – Me conte.
- Vamos dar um passeio de carro – respondeu. – Há gente demais aqui.
Dentro de poucos minutos chegamos numa rua larga e arborizada e fomos em direção ao outro lado da rua.
No próximo episódio de A Esfinge sem Segredo:
- Para onde vamos? – Perguntei
- Qual é a sua opinião a respeito desse rosto? – Perguntou ele. – Inspira confiança?
- É a Giovana em vestes de luto. – respondi.
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