segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Para autor, público rejeita Helena por preconceito à moda

Autor de Viver a Vida, Manoel Carlos saiu em defesa da Helena interpretada por Taís Araújo. A personagem e a atriz têm sido alvo de críticas de telespectadores, que a consideram superficial, egoísta e chata, entre outros adjetivos negativos. Alguns até as culpam pela audiência da novela, que é alta, mas inferior ao que a Globo costuma registrar no horário.

Maneco rejeita a tese de preconceito racial. “Não acredito. Somos um país de negros, e todos muito talentosos, sempre aplaudidos no teatro, cinema, TV e música”, afirma.

Para ele, o problema está no preconceito à moda: “Gosto muito da Taís como Helena. Sei de alguns focos de resistência, mas acho que isso é normal, em se tratando de um personagem que durante dez novelas foi interpretada por atrizes mais maduras, entre 50 e 60 anos, exceção da Maytê [Proença], mas foi há muito tempo, e as Helenas ainda não eram bastante conhecidas. De repente, coloco uma atriz descolada, moderna, jovem. E entendo que haja um ruído. A Helena não é superficial mais do que qualquer modelo. O mundo da moda é visto com preconceito. A própria Helena diz: todos nos consideram bonitas, magras e vazias. O personagem cumpre esse papel”.

O autor torce para que o público passe a ver Helena com outros olhos, agora que ela está sofrendo, sentindo-se culpada pelo acidente que deixou Luciana (Alinne Moraes) tetraplégica. “Talvez, com a virada, essas pessoas percebam que estou no caminho certo”, diz.

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